Oi pessoal,
Passeando pelo blog da Dilma, encontrei este texto que com certeza precisa ser compartilhado aqui no nosso espaço.
Vale a pena ler.
Com carinho,
Dju Vieira
Daniel Bezerra
Pensando na oportunidade de eleger uma mulher presidente do Brasil me veio à mente a poesia de Cecília Meireles “Ou isto ou aquilo”. Apesar de não ter nenhuma procuração para falar pela poetisa, fico pensando no que ela escreveria sobre esse assunto tão palpitante para as mulheres brasileiras. E em sua poesia, em momento tão delicado, busco inspiração.
É bem verdade que as estrelas políticas desde as eleições de 2002 se dividiram. Alguém de pensamento quântico diria que se fragmentaram. Eu mesma, cidadã brasileira, pulei e pulo sobre as partes doloridas desse processo. Todos os sonhos embalados e ansiados, a dura luta e os embates políticos para não se perder o todo e permanecer em pé trilhando os caminhos. E nos caminhos, quem trilha sabe, quantas vezes pensamos que perdemos o sentido e quantas vezes ele retorna fazendo-nos sair da neblina e da pasmaceira, trazendo um raio de esperança.
Eu fico no “isto”, o outro no “aquilo”, nos fragmentando, sem conseguirmos juntar as partes… E se a gente pudesse ver lá de cima, como um condor que voa alto, provavelmente veríamos que estamos dando voltas para chegar ao mesmo ponto, para juntar partes que se perderam pelo meio do caminho.
Não, nem pensem que eu estou querendo negar as diferenças que existem em todas as coisas, nas idéias, nas ações. Estou só exercitando minha inspiração na poesia da Cecília Meireles e me perguntando porque eu gostaria de votar ao mesmo tempo em dois candidatos.
E apesar deles mesmos dizerem que são substantivamente diferentes meu pensamento poético diz que são complementares. Eu gostaria de votar ao mesmo tempo na Dilma e no Plínio de Arruda Sampaio, mas tenho que escolher um.
Coloco meus olhos em direção ao futuro e vejo, quem sabe em sonho, que no futuro poderemos votar ao mesmo tempo em um homem e uma mulher para presidentes. Isto seria o correto. Mas, primeiro temos que passar por uma entronização ou um début. A mulher no Brasil ainda tem que ser presidente pela primeira vez. E essa oportunidade, de votar em uma mulher para presidente pela primeira vez no Brasil, tenho certeza que a poetisa Cecília Meireles também não perderia.
Volto às estrelas que se dividiram e temos três no páreo: Dilma, Marina Silva e Plínio de Arruda Sampaio. São três energias e forças necessárias para se construir o futuro no Brasil e no entanto temos que escolher uma. Minha admiração pelos três, naquela força e energia que representam. O desgaste dos debates, ainda que deixe algumas seqüelas, também serve para refinar nosso “espírito político”.
É admirável ver Plínio de Arruda Sampaio com toda a sua idade e coerência, mostrando e demonstrando que não há tempo e idade para lutar e sonhar por uma sociedade melhor, pela igualdade e fraternidade e pela justiça social e econômica. É admirável ver o grito de Marina pela terra e pelos novos paradigmas. É admirável ver a capacidade e fortaleza de uma mulher guerreira como Dilma, capaz de suportar os embates, não perder o equilíbrio e a objetividade para seguir adiante, ao mesmo tempo em que as outras capacidades femininas e necessárias despontam e estréiam no momento político. É possível ser forte e ter um coração grande.
No meu exercício quântico, já que tenho que escolher um candidato ou candidata voto em Dilma pelas POSSIBILIDADES:
* de continuar e carregar as três estrelas que nós precisamos: feminina guerreira, verde paradigmática e de justiça econômico-social. Essa eleição não servirá somente para dividir, mas esperamos com ela e depois dela um salto quântico, que envolva essas três bandeiras e as aprofunde;
*de ter um espaço garantido para continuar lutando, porque as mudanças fundamentais da sociedade e cultura não dependerão simplesmente e somente de uma presidente da república, mas de continuarmos gritando e cantando para sermos ouvidos em um espaço próprio e livre para isso. Em outras palavras aprofundar a democracia e abrir o espaço público para as várias vozes e forças políticas do país.
*pela possibilidade de continuar e do país se manter no caminho para a construção de uma nova civilização latino-americana. Esse sentido deverá ser mantido.
Depois da primeira presidente, creio que muitas mulheres capazes, íntegras e maravilhosas deste país poderão continuar pleiteando e levando em frente seus ideais, mas o momento político para essa abertura é de Dilma e nos resta apoiar. Plínio de Arruda, para você fica a menção honrosa dessas eleições e o carinho de uma eleitora mulher que admira sua luta e coerência. Marina, minha contemporânea, tenho certeza que você terá sua vez. Há tempo para construir esse caminho.
Por eleições quânticas, em que possamos votar nisto e naquilo, porque a guerra nas estrelas terão seus dias contados!
Canto, querendo cantar um canto inédito para as eleições, inspirada na Cecília Meireles. Com todos e com um. Com Dilma 13!
Escrito por Verônica M.Mapurunga de Miranda